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G20 Social: movimentos julgam crimes do capitalismo no Tribunal anti-imperialista

Atividade foi paralela ao G20 Social, no Rio de Janeiro, com caráter político e crítico aos crimes praticados pelo capitalismo. Sessão citou o rompimento da barragem em Mariana com um desses crimes

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Nesta sexta-feira (15), durante o G20 Social, movimentos populares realizaram o Tribunal Popular – O Imperialismo no Banco dos Réus, no teatro da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.

Presidido pela juíza Simone Nacif, da Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD), o ‘tribuna’ trouxe ao conhecimento da sociedade os vários crimes cometidos pelo capitalismo, cometidos por países imperialistas como os Estados Unidos e Israel.

“A mensagem que o tribunal pretende passar é que o capitalismo é um sistema que não se sustenta mais. A manutenção desse modo de produzir, viver e relacionar é autofágico e vai nos destruir. Nós não temos condições no médio-prazo de continuar vivendo dessa forma”, afirmou a magistrada ao portal da entidade.

O tribunal marca um momento importante em que os países do G20 discutem alternativas para o mundo mas não olham para os problemas sociais e ambientais de países que sofrem com ações predatórias dos países imperialistas. A avaliação é de Quintino Severo, secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, que participou do evento.

O julgamento

Durante a atividade, vários casos que se configuram como crimes do capitalismo foram expostos. “Tivemos um conjunto de depoimentos de acusação de vários crimes como guerras, desastres ambientais, ataques ao meio-ambiente, a contaminação do solo e das águas por venenos usados por empresas, entre vários outros”, disse Quintino Severo.

Ele relata a emoção vivida durante o julgamento com depoimentos que retratam o sofrimento humano por causa dessas ações. “Foram muito emocionantes os depoimentos, como caso do genocídio da Palestina pelo Estado de Israel e também o depoimento da filha de Che Guevara, Aleida Guevara, que falou sobre os embargos econômicos impostos a Cuba”, contou o dirigente.

As crianças precisam tomar remédios, mas os medicamentos não chegam por causa do bloquei dos Estados Unidos. Significa que elas vão morrer porque há o boicote ao país- Quintino Severo

Efeito prático

A natureza do Tribunal Popular é política, com uma posição abertamente anticapitalista e anti-imperialista. O julgamento foi dividido em seis eixos: o genocídio dos povos, a violação à soberania e à autodeterminação dos povos, indução à pobreza, guerra econômica contra os países não-alinhados, racismo estrutural e ambiental.

Cada eixo foi ilustrado com casos de crimes cometidos pelo capitalismo. O eixo racismo estrutural e ambiental, por exemplo, trouxe a destruição provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, de propriedade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, e as diversas situações de racismo ambiental envolvendo o caso.

Para a juíza, o Tribunal Popular também tem o objetivo de apontar que as mudanças tão almejadas vão acontecer através da luta popular. “Apenas a mobilização social é capaz de enfrentar esse estado de coisas insustentáveis que o capitalismo e imperialismo nos impõe. Queremos mostrar que estão destruindo o nosso planeta, estão matando nossos povos, mas nós continuamos na resistência”, conclui.

“Acredito que, de qualquer forma, haverá penalização, na medida em que vem à tona esse esse processo. Não há condenação efetiva agora, mas haverá desdobramentos importantes à medida em que a sociedade toma conhecimento dessas atrocidades”, afirma Quintino Severo.

“Toda ação tem uma reação, uma consequência. A sociedade vai ter conhecimento sobre a realidade”, pontuou o dirigente.

Texto escriopor: André Accarini

Fonte: CUT

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