Apesar da intensa movimentação e tensões políticas que emanam de Brasília, o Brasil demonstra sinais de saúde econômica, com perspectivas de crescimento e popularidade presidencial em alta. Essa é a avaliação do consultor político Antonio Augusto de Queiroz, experiente analista com décadas de acompanhamento do cenário político brasileiro.
De acordo com Queiroz, o clima em Brasília reflete uma mistura de ansiedade entre governo e oposição. O governo busca acelerar a aprovação de pautas prioritárias, como a PEC do gás e o projeto de lei que visa a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. A oposição, por sua vez, demonstra urgência em aprovar medidas que ofereçam proteção a parlamentares e atenuem as penalidades aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a envolvidos em atos golpistas.
Apesar da tensão, Queiroz ressalta que a situação não é suficiente para paralisar as atividades parlamentares ou as iniciativas do Poder Executivo. A iminência de condenações e prisões, em decorrência de investigações em curso, paira sobre o Congresso e alguns partidos, impulsionando a busca por mecanismos de blindagem. A atuação do ministro Flávio Dino, determinado a investigar o destino de emendas parlamentares destinadas a prefeituras, também contribui para o clima de apreensão.
No âmbito econômico, Queiroz avalia que o país apresenta um panorama positivo, com níveis de emprego em alta, aumento salarial e redução nos preços de produtos básicos. A expectativa de queda nas taxas de juros nos Estados Unidos pode atrair investimentos para o Brasil, impulsionando ainda mais o crescimento.
A popularidade do presidente Lula também tem demonstrado sinais de ascensão, impulsionada por medidas como a Tarifa Social de Energia Elétrica e o programa Gás para o Povo, que visam beneficiar milhões de famílias de baixa renda. O programa “Mais Especialidades”, que ampliará o acesso a atendimentos especializados via SUS, também pode ter um impacto positivo na avaliação do governo.
A questão do “tarifaço” parece ter perdido força no debate político, em virtude da rápida ação do governo em abrir novos mercados para as exportações brasileiras e em isentar setores importantes da tarifa de 50%.
Quanto a uma possível anistia aos envolvidos em atos golpistas, Queiroz vislumbra uma solução “meia-boca”, impulsionada pelo interesse da oposição, mas freada pelo receio de como a medida seria recebida pela opinião pública. A declaração do presidente do PL sobre a tentativa de golpe, inclusive, teria enfraquecido a articulação do governador Tarcísio no Congresso em favor da anistia.
Fonte: agenciasindical.com.br