O último domingo foi marcado por manifestações em diversas cidades do Brasil, impulsionadas pela insatisfação popular em relação a propostas legislativas consideradas ultrajantes. Em pauta, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa conceder uma espécie de salvo-conduto a deputados e senadores, e o projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Centenas de milhares de pessoas expressaram seu repúdio, tanto à tentativa de blindar parlamentares de possíveis crimes, incluindo roubo e homicídio, quanto à possibilidade de eximir de punição os responsáveis pela depredação do patrimônio público nas sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em São Paulo, uma delegação do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região engrossou o coro na Avenida Paulista, levando às ruas, além do descontentamento geral, a defesa de pautas específicas da classe trabalhadora. Entre elas, a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, uma promessa de campanha do atual governo federal ainda pendente de aprovação na Câmara dos Deputados. A demanda visa aumentar o poder de compra das famílias. Outra reivindicação é o fim da escala 6×1, considerada exaustiva e prejudicial à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores.
As manifestações remetem às “Diretas Já”, movimento que marcou o fim da ditadura militar, evidenciando a força da mobilização popular em momentos cruciais da história do país.
Após a onda de protestos, parlamentares sinalizaram uma possível mudança de postura em relação às propostas em questão. Há relatos de deputados expressando arrependimento pelo voto favorável à PEC e senadores indicando que a matéria pode ser rejeitada no Senado.
Apesar dos sinais, a população permanece em estado de alerta, disposta a manter a pressão sobre seus representantes até que a PEC seja definitivamente arquivada. O recado das ruas é claro: a democracia tem limites, e os parlamentares precisam ouvi-lo. Caso contrário, a mobilização popular continuará a crescer.
Fonte: agenciasindical.com.br