Em painel realizado na COP30, lideranças sindicais e especialistas debateram a necessidade de uma transição energética justa e popular, com foco no protagonismo do Sul Global. O evento, promovido pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), reuniu figuras como o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para discutir os desafios estruturais da mudança no setor energético.
A soberania nacional, o papel das empresas públicas e a participação das comunidades locais foram apontados como elementos cruciais para o futuro energético do Brasil. Os participantes enfatizaram que a transição não deve ser vista como uma simples mudança tecnológica, mas como um projeto de desenvolvimento abrangente.
Representantes da FUP, DIEESE, INEEP, MAB, CUT e TUED defenderam a importância de gerar empregos de qualidade, fortalecer as estatais e construir uma política industrial que amplie investimentos e garanta a soberania nacional. A discussão também abordou a necessidade de usar a riqueza gerada pela indústria de óleo e gás, incluindo a Margem Equatorial, para financiar uma transição ambientalmente responsável e socialmente justa.
Antônio Lisboa, da CUT, ressaltou a importância de popularizar o debate sobre a transição justa, tornando-o acessível à classe trabalhadora e transformando-o em pauta de mobilização. Ele defendeu que a expressão “transição justa” pertence aos povos e trabalhadores, e que ela não pode ser utilizada sem seu sentido original de justiça para as maiorias.
O ministro Luiz Marinho argumentou que a mobilização social intensa e as reformas estruturais são essenciais para enfrentar as desigualdades históricas e garantir uma transição justa. Ele questionou a quem a transição deve ser justa, defendendo que as pessoas devem estar no centro do debate. Marinho alertou que, historicamente, o capital se reinventa para explorar ainda mais durante períodos de mudança, e defendeu uma reforma da renda que envolva quem está no topo.
O painel ainda contou com a participação de Bárbara Bezerra (FUP), Deyvid Bacellar (FUP), Mahatma Ramos (INEEP), Cloviomar Cararine (DIEESE), Lala Peñaranda (TUED) e Robson Formica (MAB). Os participantes destacaram a necessidade de fortalecer mecanismos de ação coletiva, estruturar o diálogo social e ampliar a produção de dados para subsidiar políticas públicas e negociações coletivas.
Fonte: mundosindical.com.br