Gustavo Feliciano Assume turismo com Foco em Acessibilidade e Inclusão Social

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Em uma cerimônia oficial realizada nesta terça-feira, 23 de janeiro, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou Gustavo Feliciano como o novo ministro do Turismo. A chegada de Feliciano à pasta sinaliza uma potencial reorientação nas políticas do setor, com o novo titular defendendo abertamente que o turismo brasileiro deve transcender a esfera de privilégio e se tornar acessível a todos os segmentos da população. Em seu discurso inaugural, o ministro enfatizou a necessidade de democratizar o acesso aos destinos nacionais, transformando o lazer e a experiência de viagem em um direito fundamental, e não em um luxo restrito. Essa perspectiva alinha-se a uma agenda governamental mais ampla, que busca promover a justiça social e a equidade em diversas áreas, incluindo o desenvolvimento econômico e cultural por meio do turismo.

A Nova Direção para o Turismo Nacional

O Compromisso com a Inclusão e Acessibilidade

Ao assumir a liderança do Ministério do Turismo, Gustavo Feliciano articulou uma visão clara e ambiciosa para o futuro do setor no Brasil. Sua principal premissa é a de que o turismo deve ser uma atividade “do povo, pelo povo e para o povo”. Essa filosofia implica uma ruptura com modelos anteriores, que, em sua percepção, tendiam a priorizar nichos de mercado mais abastados. O ministro delineou a importância de promover eventos e iniciativas que não apenas gerem alegria e bem-estar, mas que também sirvam como catalisadores para a geração de emprego e renda em diversas comunidades. Para ele, o desafio é garantir que a maioria da população brasileira, que dispõe de menor poder aquisitivo, tenha condições de desfrutar dos “belos destinos” que o país oferece. Isso exige, segundo Feliciano, tornar o turismo mais inclusivo e, sobretudo, mais acessível, abordando questões como infraestrutura, custos e informação.

A retórica do novo ministro sugere uma abordagem multifacetada para alcançar esses objetivos. Isso pode envolver o desenvolvimento de programas de incentivo ao turismo doméstico, a criação de pacotes de viagem com preços mais acessíveis, a melhoria da infraestrutura de transporte e acomodação em regiões menos exploradas, e a promoção de destinos que se encaixem no orçamento de famílias com rendas variadas. O foco na acessibilidade não se limita apenas ao aspecto financeiro, mas também à facilitação da mobilidade e à garantia de experiências positivas para todos, independentemente de sua condição social ou localização geográfica. A intenção é que o turismo seja um motor de desenvolvimento local, engajando comunidades e valorizando a diversidade cultural e natural do Brasil, ao invés de apenas focar em grandes empreendimentos que podem não reverter em benefícios diretos para a população local.

Vislumbrando o Turismo como Vetor de Justiça Social

Em seu discurso, Feliciano elevou o debate sobre o turismo para além de uma mera atividade econômica, posicionando-o como um pilar fundamental da justiça social. “Se há uma forma de medir que o Brasil avançou é ver gente viajando, desfrutando do lazer com suas famílias”, declarou. Essa afirmação ressalta a crença de que a capacidade de desfrutar de momentos de lazer e explorar as belezas do próprio país não deve ser um privilégio de classe, mas sim um indicativo do progresso social e da equidade. Para o ministro, a “felicidade e alegria” derivadas do turismo devem ser um “símbolo da justiça social”, refletindo um país onde as oportunidades de bem-estar são equitativamente distribuídas.

Esta perspectiva implica que o Ministério do Turismo, sob sua gestão, poderá adotar políticas que visem a deselitização do setor, promovendo a democratização do acesso a experiências turísticas. Isso pode se traduzir em investimentos em programas sociais de turismo, parcerias com o setor privado para a oferta de produtos e serviços mais acessíveis, e a criação de mecanismos que facilitem a participação de populações historicamente marginalizadas no circuito turístico nacional. A ideia é fortalecer o sentimento de pertencimento nacional e permitir que mais brasileiros conheçam e valorizem a própria cultura e paisagens, impulsionando simultaneamente a economia local e regional. Ao enfatizar a intersecção entre turismo e justiça social, Feliciano sinaliza uma gestão com forte componente social, buscando equilibrar o crescimento econômico do setor com a promoção do bem-estar e da inclusão para a população.

Entorno Político e Conexões Estratégicas

A Base de Apoio e o Diálogo com o Congresso

A cerimônia de posse de Gustavo Feliciano contou com a presença de diversas figuras políticas proeminentes, um reflexo do apoio e da articulação que antecederam sua nomeação. Entre os presentes, destacaram-se o governador da Paraíba, João Azevêdo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ambos indicando a amplitude da base política que respalda o novo ministro. A indicação de Feliciano pelo União Brasil, partido ao qual é filiado e de quem recebeu a confiança, juntamente com sua aliança política com Hugo Motta, evidencia um movimento estratégico dentro da coalizão governista. Em seu discurso de agradecimento, Feliciano fez questão de expressar sua gratidão ao partido e, em especial, ao “maior líder” de seu estado, Hugo Motta, reconhecendo sua “discreta, mas inegável, forte liderança” na ascensão de um paraibano a um ministério federal.

A presença e o discurso de Hugo Motta foram particularmente relevantes, sinalizando o compromisso da Câmara dos Deputados em colaborar com a gestão de Feliciano. Motta prometeu apoio em termos de recursos e ações legislativas, essenciais para o fortalecimento do turismo no país. Seu pronunciamento também carregou um tom de conciliação e apoio ao governo do presidente Lula, apesar de um ano considerado desafiador para a relação entre o Executivo e o Legislativo. Motta afirmou que o Congresso Nacional não faltou ao governo, citando aprovações importantes que, segundo ele, permitiram que o governo encerrasse o ano em uma posição muito melhor do que iniciou. Essa declaração sublinha a complexidade da dinâmica política atual e a importância da nomeação de Feliciano como um gesto de agregação e sensibilidade política por parte do presidente da República, buscando fortalecer a governabilidade e as alianças partidárias.

O Perfil do Novo Ministro e sua Trajetória Política

Gustavo Feliciano traz para o Ministério do Turismo um currículo que combina formação jurídica com experiência em gestão pública na área. Natural de Campina Grande, na Paraíba, Feliciano é formado em Direito, o que lhe confere uma base sólida para a análise e formulação de políticas. Sua trajetória política inclui um período como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, entre 2019 e 2021, durante a gestão do governador João Azevêdo. Essa experiência prévia em um estado com grande potencial turístico o credencia com conhecimento prático dos desafios e oportunidades do setor a nível regional. Sua nomeação para a pasta federal sugere uma aposta na continuidade de um trabalho focado no desenvolvimento econômico atrelado ao turismo.

Além de sua experiência profissional, o novo ministro possui fortes laços com a política paraibana, sendo filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB) e da vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano. Essa conexão familiar com figuras influentes no cenário político estadual e federal reforça a sua posição e pode facilitar a articulação de projetos e o acesso a redes de apoio necessárias para a implementação de suas propostas. A ascensão de Gustavo Feliciano ao Ministério do Turismo é vista não apenas como um reconhecimento de sua capacidade, mas também como um reflexo da influência e da articulação política de sua família e de seus aliados no cenário nacional, consolidando a representatividade da Paraíba no alto escalão do governo federal. Essa teia de relações políticas será crucial para navegar os desafios inerentes à pasta e para garantir o apoio necessário às suas iniciativas.

Desafios e Expectativas para a Gestão do Turismo

A posse de Gustavo Feliciano ocorre em um momento de redefinição das alianças políticas e de expectativas elevadas para o setor de turismo, que busca plena recuperação e expansão após períodos de instabilidade. O novo ministro sucede Celso Sabino, cuja saída da pasta na semana anterior foi marcada por uma complexa dinâmica partidária. Sabino, que inicialmente resistiu a uma determinação do União Brasil para que seus filiados deixassem o governo federal – o que resultou em sua expulsão da legenda –, acabou por ceder em meio a uma reaproximação estratégica entre o União Brasil e a base governista de Lula. A decisão de Sabino de retomar seu mandato de deputado federal e, posteriormente, sua intenção de concorrer a uma vaga ao Senado no próximo ano, adiciona camadas de nuance à transição no ministério, mostrando a fluidez das articulações políticas.

A ascensão de Feliciano, portanto, não é apenas uma mudança de comando, mas também um ajuste na balança política do governo, reforçando os laços com o União Brasil. Com um discurso focado na inclusão e acessibilidade, o novo ministro assume o desafio de transformar essa visão em políticas concretas que beneficiem uma parcela maior da população, enquanto ao mesmo tempo estimula o crescimento econômico do setor. As expectativas são altas para que sua gestão consiga equilibrar a promoção de grandes eventos e destinos internacionais com o fomento ao turismo doméstico e social, garantindo que o setor se torne um verdadeiro motor de desenvolvimento e justiça social para o Brasil. A capacidade de articular apoio político no Congresso e de engajar o setor privado será fundamental para que as propostas de Feliciano avancem e tragam resultados tangíveis para o turismo e para os brasileiros.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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