Uma falha no sistema de sinalização da Linha 4 do metrô de São Paulo, operada pela Motiva, causou transtornos generalizados e impactou a rotina de milhões de trabalhadores nesta terça-feira (21). O problema começou logo no início da operação, às 4h40, e persistiu durante toda a manhã.
De acordo com Dagnaldo Gonçalves, figura de destaque no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o incidente expõe as consequências negativas da privatização para a qualidade do serviço prestado à população. “Há falta de investimento em manutenção preventiva”, afirma. “Trens com apenas 15 anos de uso não deveriam apresentar falhas dessa natureza. Com o tempo, a tendência é que as linhas privatizadas enfrentem ainda mais problemas.”
Gonçalves ressalta que a ausência de condutores nos trens da Linha 4, totalmente automatizada, dificulta a solução de panes como a ocorrida. Ele compara a situação com as linhas estatais, que operam há mais de 40 anos sem registros de atrasos tão prolongados na resolução de problemas. “O condutor está presente para fornecer uma resposta rápida e eficaz”, explica.
O dirigente sindical defende que a luta contra a privatização do setor deve envolver toda a sociedade, e não apenas o sindicato. Ele enfatiza a importância de conscientizar a população sobre o fato de que a falha ocorreu em uma linha administrada por uma empresa privada. “Para as pessoas, tudo é metrô”, diz. “A empresa pública estatal acaba arcando com as consequências dos erros da concessionária, o que é injusto.”
Gonçalves, eleito para a presidência do Sindicato dos Metroviários de São Paulo em setembro, tomará posse no dia 6 de novembro. A Chapa 2, que liderou, obteve 52,17% dos votos. Ele reforça que o combate à privatização será uma prioridade de sua gestão.
Fonte: agenciasindical.com.br
