A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro repercutiu no cenário político nacional, com manifestações de ministros do governo federal. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, afirmou que a detenção do ex-presidente segue os trâmites legais estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de estado no país.
Segundo a ministra, a decisão do ministro Alexandre de Moraes foi motivada pelo risco de fuga de Bolsonaro, considerando a iminência do trânsito em julgado de sua condenação. Hoffman também mencionou as tentativas de coação da Justiça, referindo-se ao tarifaço e às sanções da Magnitsky.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, também se manifestou sobre a prisão, declarando que “ninguém está acima da democracia” e que “ninguém pode trair a pátria impunemente”. Boulos expressou a expectativa de que a prisão do ex-presidente represente um marco na história do país, sinalizando um fim à possibilidade de regimes ditatoriais.
Um dia antes da prisão, Boulos já havia comentado sobre a fuga de outros apoiadores de Bolsonaro, citando os casos de Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem.
A prisão preventiva de Bolsonaro foi decretada por Alexandre de Moraes, do STF, em resposta à convocação de uma vigília nas proximidades da residência onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Moraes justificou a decisão mencionando a possibilidade de tumulto e de uma tentativa de fuga, além da constatação de uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.
Está prevista para amanhã a audiência de custódia de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente já informou que irá recorrer da decisão. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista.
O ex-presidente já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, determinada após descumprimento de medidas cautelares estabelecidas pelo STF. Entre as restrições impostas estavam o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de acessar embaixadas e consulados, de manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras, e de utilizar redes sociais.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br