Policiais do Estado de São Paulo demonstram crescente insatisfação com o governo, motivada pelo que consideram descumprimento de promessas feitas durante a campanha eleitoral pelo então secretário da Segurança e atual governador, Tarcísio de Freitas.
Uma manifestação está agendada para a próxima terça-feira, às 14 horas, no Largo de São Francisco, no centro da capital paulista, em frente à sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Segundo o presidente da Associação dos Delegados, Dr. André Santos Pereira, a categoria enfrenta um déficit de aproximadamente 800 delegados, com 2.200 em atividade de um total de 4.500.
A remuneração dos profissionais da segurança pública em São Paulo também é alvo de críticas. Dr. André destaca que um delegado em Classe Especial, no final de sua carreira, recebe menos do que em 18 outros estados brasileiros. A disparidade é ainda maior para os delegados em início de carreira, colocando São Paulo na 24ª posição em termos salariais.
A categoria reivindica a aprovação de uma nova Lei Orgânica da Polícia Civil, buscando modernizar a legislação vigente, que data de 1979. Segundo o presidente da Associação, um projeto foi elaborado, mas não houve conclusão.
Policiais militares também aderirão ao ato, compartilhando a frustração com as promessas não cumpridas pelo governo.
Diante da demora na aprovação da Lei Orgânica estadual, os policiais civis buscam amparo na legislação federal, especificamente a lei nº 14.735/23, de novembro de 2023, para cuja elaboração a associação paulista colaborou em Brasília.
A modernização da Polícia Civil, segundo o presidente da Adpesp, depende da existência de uma Lei Orgânica que assegure garantias aos profissionais.
O ato de terça-feira contará com a participação de diversas entidades ligadas à segurança pública e terá a presença do delegado e deputado federal Palumbo.
O presidente da Associação também criticou a propaganda oficial sobre a segurança pública no estado, alegando que ela distorce a realidade enfrentada pelos profissionais e pela população.
Fonte: agenciasindical.com.br