TRF2 mantém prisão de TH Joias e outros quatro por ligação com

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A 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) proferiu uma decisão crucial que impacta diretamente a Operação Zargun, mantendo a prisão preventiva de Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, e de mais quatro indivíduos. A decisão, que também determinou o desmembramento do inquérito, reforça a gravidade das acusações de ligações diretas com o núcleo político da facção criminosa Comando Vermelho no Rio de Janeiro. A medida sublinha o compromisso da justiça em combater o crime organizado em suas ramificações mais complexas. A manutenção da prisão preventiva de TH Joias e dos demais acusados visa garantir a ordem pública e a instrução criminal, diante da seriedade dos fatos apurados e do risco de reiteração criminosa ou obstrução da justiça.

Desmembramento do inquérito e manutenção de prisões

A decisão da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) representa um marco importante na tramitação da Operação Zargun, que investiga crimes de grande repercussão envolvendo figuras políticas e o crime organizado. O colegiado determinou o desmembramento do inquérito, uma medida processual que visa otimizar a condução das investigações, separando o processo em partes distintas com base na complexidade das acusações e no perfil dos investigados. Essa estratégia permite que diferentes esferas da justiça se concentrem em aspectos específicos do caso, agilizando o andamento processual e garantindo maior celeridade na apuração dos fatos.

Simultaneamente ao desmembramento, os desembargadores federais decidiram manter as prisões preventivas de cinco acusados-chave na Operação Zargun. A medida foi aplicada a Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, apelidado de Dudu, Alessandro Pitombeira Carracena, Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, e Gustavo Steel. Todos são apontados pelas investigações como possuidores de ligações diretas com o núcleo político da facção criminosa Comando Vermelho, atuante no Rio de Janeiro. A manutenção das prisões preventivas sinaliza que, na avaliação do TRF-2, persistem os requisitos legais para a segregação cautelar, como o risco à ordem pública, à instrução criminal ou a aplicação da lei penal. As acusações contra esses indivíduos abrangem uma vasta gama de delitos, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, elementos cruciais para a estrutura financeira e política da facção.

Divisão de competências e transferência de TH Joias

Com o desmembramento do inquérito, a tramitação do processo foi dividida entre o próprio TRF-2 e a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A parte mais sensível e estratégica da investigação, que envolve as supostas conexões com o núcleo político da facção, permanecerá sob a alçada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Serão investigados pelo TRF-2: TH Joias, Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão, Gabriel Dias de Oliveira, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, Alessandro Pitombeira Carracena e o delegado federal Gustavo Steel. Esta porção do inquérito é considerada de alta complexidade e exige a expertise e a estrutura de um tribunal federal.

Por outro lado, a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro será responsável pela parte do processo referente aos demais acusados, cuja investigação pode ser conduzida em uma instância de primeiro grau, sem prejuízo à complexidade geral do caso. Este grupo inclui Kleber Ferreira da Silva, o Padrinho, Rodrigo da Costa Oliveira, Leandro Alan dos Santos, Leandro Ferreira Marçal, Wallace Menezes Varges de Andrade Tobias, Alexandre Marques dos Santos Souza, Davi Costa, Wesley Ferreira da Silva e Wallace Brito Trindade, conhecido como Lacoste. Essa divisão visa otimizar o trabalho das instâncias judiciais, permitindo que cada uma se concentre nos aspectos que lhes são mais pertinentes.

Adicionalmente, os desembargadores do TRF-2 confirmaram uma medida de segurança importante: a transferência de TH Joias para a penitenciária federal da Papuda, em Brasília. Essa transferência já havia sido determinada no início da semana pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e agora foi chancelada pelo Tribunal Regional Federal. A mudança para um presídio de segurança máxima, como a Papuda, é comum em casos de grande repercussão envolvendo crime organizado, buscando isolar o detento de possíveis influências externas e garantir um regime de custódia mais rigoroso e seguro. A medida reforça a percepção da alta periculosidade do acusado e a necessidade de controle estrito sobre sua comunicação e movimentação.

O julgamento e a controvérsia do desembargador afastado

O julgamento que resultou nessas importantes decisões teve como relator o desembargador federal Júlio de Castilhos, figura central na condução dos debates e na formulação do voto condutor do processo. O revisor original do caso era o desembargador federal Macário Judice Neto, que, no entanto, encontra-se atualmente afastado de suas funções no TRF-2 e com a prisão preventiva decretada. Sua situação adiciona uma camada de complexidade e seriedade ao cenário jurídico, evidenciando a extensão das investigações sobre irregularidades no sistema.

A ausência de Macário Judice Neto levou à sua substituição pelo juiz federal convocado Marcelo Leonardo Tavares no gabinete de revisão, designado pelo presidente do TRF-2, desembargador federal Luiz Paulo da Silva Araújo Filho. Essa substituição garantiu a continuidade do processo, apesar das turbulências envolvendo um dos membros originais da composição julgadora. A votação do colegiado contou com a participação dos desembargadores federais Wanderley Sanan Dantas (presidente do colegiado), Simone Schreiber, Marcello Granado, Flávio Oliveira Lucas, Alfredo Hilário de Souza e Cláudia Franco Corrêa, além do relator Júlio Cesar de Castilhos Oliveira Costa, que apresentou o voto condutor.

Implicações da prisão de um desembargador

A situação de Macário Judice Neto é particularmente delicada e impactante para o sistema judiciário brasileiro. O desembargador encontra-se detido na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Sua prisão preventiva foi decretada por decisão do ministro Alexandre de Moraes, e ele está sendo investigado na segunda fase da Operação Unha e Carne. Esta operação, que ganhou notoriedade no início do mês ao prender o então presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), investiga um esquema de vazamento de informações.

As acusações contra Macário Judice Neto são graves: ele é suspeito de ter vazado informações confidenciais de uma operação da Polícia Federal para o deputado Rodrigo Bacellar, que, por sua vez, teria repassado esses dados ao alvo da ação, o também deputado estadual TH Joias. TH Joias, como mencionado, é suspeito de manter ligações com o Comando Vermelho. Este elo, caso comprovado, revela uma intrincada rede de corrupção e favorecimento que atinge altas esferas do poder público, comprometendo a integridade das investigações criminais e a confiança nas instituições. A Operação Unha e Carne e a situação de Macário Judice Neto destacam a contínua batalha das autoridades para desmantelar esquemas de corrupção que envolvem agentes públicos em diferentes níveis.

Conclusão

As recentes decisões do Tribunal Regional Federal da 2ª Região em relação à Operação Zargun, incluindo o desmembramento do inquérito e a manutenção das prisões preventivas, sinalizam uma postura firme no combate ao crime organizado e à corrupção. A complexidade do caso, que envolve alegadas ligações entre figuras políticas e uma das maiores facções criminosas do país, exige uma atuação judicial rigorosa e estratégica. O envio de TH Joias para um presídio federal e a divisão das investigações demonstram o esforço para garantir a eficácia da justiça, enquanto a controvérsia envolvendo o desembargador Macário Judice Neto ressalta a importância de investigações transparentes e implacáveis, mesmo quando atingem membros do próprio poder judiciário. O desdobramento deste processo continuará a ser acompanhado com atenção, dada a sua relevância para a integridade das instituições e a segurança pública.

Perguntas frequentes

O que é a Operação Zargun?
A Operação Zargun é uma investigação que apura fatos relacionados a crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com foco em supostas ligações entre figuras políticas, incluindo ex-deputados, e o núcleo político da facção criminosa Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Quem é TH Joias e qual sua ligação com o caso?
Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, é um ex-deputado e um dos principais acusados na Operação Zargun. Ele é apontado pelas investigações como possuindo ligações diretas com o Comando Vermelho e é um dos que tiveram a prisão preventiva mantida pelo TRF-2.

Por que o inquérito foi desmembrado?
O inquérito foi desmembrado para otimizar a condução das investigações. Essa medida processual permite que diferentes partes do processo, com diferentes graus de complexidade ou que envolvam acusados distintos, sejam tratadas por diferentes instâncias judiciais (no caso, TRF-2 e a 6ª Vara Federal Criminal do Rio), agilizando a apuração dos fatos.

Qual a relevância da situação do desembargador Macário Judice Neto para este caso?
O desembargador Macário Judice Neto, que seria o revisor original do caso, está afastado e preso, investigado na Operação Unha e Carne por supostamente vazar informações de uma operação policial. Ele é acusado de ter repassado dados que, em última instância, teriam chegado a TH Joias. Sua situação evidencia a seriedade das investigações de corrupção que podem atingir altos escalões do poder.

Mantenha-se informado sobre os desdobramentos deste e outros casos de grande impacto na justiça brasileira, acompanhando as últimas notícias do setor.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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