O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira a tributação de bancos, aplicações financeiras e apostas esportivas, conhecida como tributação “BBB”. Segundo o ministro, a medida é considerada injusta apenas por quem desconhece a realidade econômica do país.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Haddad argumentou que a taxação busca alinhar a contribuição desses setores ao padrão da economia brasileira, sem “maldizer qualquer atividade econômica que tem amparo legal”. Ele comparou a medida à sobretaxação de cigarros e bebidas alcoólicas, práticas comuns em diversos países para setores que geram externalidades negativas à sociedade.
Haddad citou a Escandinávia como exemplo, onde o alto custo das bebidas alcoólicas reflete o entendimento da sociedade sobre a necessidade de regular essas atividades. Ele ainda mencionou que o Brasil tem sido “tímido” na sobretaxação.
O ministro defendeu que a taxação é a forma correta de combater o tabagismo, alcoolismo e dependência psicológica. No caso específico das apostas esportivas (bets), Haddad ressaltou a necessidade de que o setor contribua para mitigar os efeitos colaterais da dependência, diferenciando-o de outras formas de entretenimento. Para ele, as bets devem ser tratadas de forma diferenciada.
Haddad concluiu enfatizando que o objetivo não é “demonizar” as apostas, mas sim “dar o nome à coisa”, reconhecendo os potenciais impactos negativos e buscando uma regulação adequada.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br